quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Sob o signo do câncer


Durante dois meses vivi sob o signo do câncer.

Em exames de rotina, descobri um tumor no rim esquerdo.

Todos os exames depois confirmavam a suspeita do médico: tumor maligno.

Não preciso e nem vou contar aqui, o que muitos já devem ter sentido na própria pele ou ouvido de outros, o que é a surpresa, a revolta, a tristeza etc, quando se descobre com câncer.

Porém, ah porém, era um caso diferente.

Não era câncer! Não era câncer!

Mas vivi durante dois meses com esta certeza acachapante.

Tive aquela sorte, que não me sentia e ainda não me sinto, merecedora. Mas saí desta experiência com algo a mais, além da enorme cicatriz.

Sinto-me como alguém que passa por uma situação de risco enorme, mas só descobre depois que acabou. Tipo assim, ficar entre as quatro rodas de um carro e não sofrer nenhum arranhão. Entenderam?

Durante este período, fiquei em casa por dois meses de licença médica, fiz alguns trabalhinhos em crochê e ia colocando a tag (mental) ‘sob o signo do câncer’.

Pretendia fazer um post de retorno ao blog com estes trabalhinhos, devidamente (não ainda) fotografados.

Já voltei ao batente faz dois meses (o número dois tá me perseguindo, né) e ainda não fiz o tal post.

Porém, ah porém, há um caso diferente.

Ontem saí com a minha querida amiga Telia Negrão e ela estava vestindo uma blusa que eu fiz faz um tempo.

Sempre que vejo alguém usando alguma coisa que fiz, sinto a mesma surpresa, a mesma alegria e a mesma emoção da primeira vez, que vi alguém usando uma coisafeita por mim.

Pois bem, esta minha amiga, que é feminista, jornalista e coordenadora do Coletivo Feminino Plural, foi à uma solenidade do Tribunal de Contas, que passou a monitorar investimentos em enfrentamento à violência no RS, usando a blusinha que eu fiz.

Percebi que aquele post da volta ainda não tinha saído, porque realmente a vez dele ainda não havia chegado.

Mas agora chegou.

E é hoje!




Um comentário:

Si disse...

Ei, Nina,

Que bom que você voltou :o)
Que bom que não era!
Também levei um susto desses.

Beijo, apareça, Si